terça-feira, 24 de junho de 2008

Amigo de um Amigo

Ouvindo Smoke on the Water ontem, lembrei de uma história curiosa sobre um cara, um amigo de um amigo meu. Esse amigo de meu amigo, chamava-se Q*, vivia numa cidadezinha chamada Merreca do Norte, no sul Rio Grande do Sul. Conta ele que certa vez, ao andar pela praça da cidade (sim, só tem uma), viu um cara de cerca de 26 anos sentado no banco (sim, só tinha um). O rapaz era alto, magro, cabeludo e bebia demais. Q* sabia disso pois ao passar pelo rapaz, este o abordou dizendo:

-Cara, eu bebo demais!

Nessa época de sua vida, Q* estava tomando remédios para controlar a depressão, cujo efeito colateral era deixar a pessoa um tanto quanto distraída, o que explica a razão de Q* quase sempre responder às pessoas com um “Quê?”

-Quê?

-Eu bebo demais.

-Hmm...

-É sério, olha só, nesse momento, estou vendo você com uma blusa vermelha.

-Mas eu estou com uma blusa vermelha!

-E agora sinto como se você tivesse acabado de dizer que está com um blusa vermelha.

-Mas eu—

-Shhh!

-????

-Han?

-Porquê você mandou eu ficar quieto?

-Eu?

-Sim, você acabou de fazer “shhhhh”...

-Não, eu fiz “Shhh!”.

-E aí?

-Tudo certo, e você?

-Não! E aí, porque você fez “Shhh!”?

-Ah sim, é que o velho Bruce Wayne passou por nós.

-O Batman?

-Oooo! Não fale isso em voz alta! Caralho, achei que só eu soubesse o segredo dele...

-Você se refere àquele velhinho ali?

-Sim.

-Mas aquele é o Seu Vieira, dono do bar (sim, só tinha um).

-Isso, isso, vamos deixar isso combinado.

Nesse momento, Q* percebeu o que estava fazendo nos últimos 2 minutos:

-Olha cara, eu preciso ir... nem sei porque estou conversando com você em primeiro lugar...

-Eu bebo demais.

-Sim, eu já sei, e daí?

-Não, nós estamos conversando porque eu bebo demais.

-Olha, tenho mesmo que ir—

-Afinal, você é só um produto da minha mente de alcoólatra.

-Não, senhor, eu sou muito real, se tem alguém aqui imaginário, provavelmente é você!

E com essas palavras, o rapaz sentado no banco desapareceu. Do nada. Sem deixar vestígios. Fim. C’est fini. Q* percebeu que dezenas de pessoas estavam ao seu redor, olhando para ele.

Q* hoje vive feliz com seus iguais num Manicômio em Santa Rita do Passa Quatro. Passa o dia conversando com seu amigo alcoólatra e limpando sua coleção de LP’s do Deep Purple, a qual ganhou como herança de um dos seus colegas de quarto.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Horror Mudo


Melhor seria deitar, dormir e escrever esse texto amanhã... Mas não!! Preciso escrever agora, sob efeito do.... espanto ? Medo ? Algo por aí. Mas vamos começar do começo... Óbviamente por perambular demais onde não devia (no bunker, pra ser mais exato) encontrei algo inesperado. Encontrei um artista chamado Thomas Ott, suíço, nascido em Zurique e detentor dum estilo único de contar histórias... histórias muito especiais. Dois pontos que fazem a parte gráfica do artista interessante: a total ausência de dialogos em suas histórias (isso mesmo, nenhum mísero balão); a outra é a utilização do scrathboard (pelo que entendi é feito raspando a tinta branca de uma plataforma negra), que fica me fazendo lembrar d'O Grito, aquele quadro medonho.

Agora, o que faz das histórias desse cara verdadeiramente melhores que qualquer outra coisas que se lê por aí ? Bom, talvez seja pelo tipo de horror que nos é apresentado, algo que parece poder acontecer com qualquer um. Escatológico, doentio e bizarro são eufemismos para definir o mundo de Ott. Se com um punhado de areia o Sandman de Neil Gaiman nos mostrava o que era o horror; com 15 páginas o suíço nos mostra que nem só de lendas revisitadas e sub cultura gótica é feito o dito "horror".

Por menores que tenham sido meus últimos posts não pensem que estou postando só por postar!! É que realmente não há muito mais o que falar... é preciso que você se preste a comprar/baixar a obra deste gênio.

Greatings from Helville - uma compilação com histórias boas, mas não são o melhor e tudo. Servem como uma iniciação ao universo do autor.

La Douane - ondeshot (história fechada) filosófica que (imagino eu) tem a ver com o preço de se ser puro e digno.

Tales of Error - é obviamente uma homenagem às revistas de mistério e horror da EC Comics e similares , tanto que "Clean Up" é uma história com um roteiro exatamente igual a outra, mais antiga que já havia sido apresentada nas páginas da clássica revista brasileira: "Cripta do Terror". O livro termina com "10 Way To Kill Your Husband" ("10 Maneiras de Matar Seu Marido) ... e é algo que eu ficaria muito feliz se minha namorada nunca lesse.

Cinema Panopticum - aqui sim, se encontarm as histórias mais inspiradas e grotescas, que, sinceramente me arrepiaram e me fizeram ter medo do escuro. Basicamente é sobre uma garotinha que entra num parque de diversões e descobre que seu dinheiro só é suficiente para as estranhas máquinas que passam sempre as mesmas histórias. Um delas, chamada "The Hotel" me pegou de jeito...

Bom; é isso!! baixem e comentem, por favor.

PASTA : THOMAS OTT

Maurice Tillet, o ogro bonitão



Já fazia um tempo eu havia ouvido a história do Tillet, infelizmente não tem muita informação sobre ele a não ser o texto que eu agora colo aqui.

"Maurice Tillet, nasceu na França em 1903. Ele era um homem muito inteligente, que falava 14 idiomas, além de ser um exímio poeta e ator. Quando chegou à juventude, Maurice começou a desenvolver uma doença rara, chamada acromegalia. Esta doença causa um crescimento exacerbado e incontrolável de partes do corpo. Em pouco tempo, todo o seu corpo se desfigurou de uma maneira muito peculiar.Na verdade, esta “transformação” afetou profundamente os aspectos psicológicos da personalidade de Tillet, que sofreu os horrores de começar a se transformar de uma maneira grotesca, apesar de por dentro continuar sendo um gentleman super inteligente. Sua forma gerava tanto preconceito que Tillet começou a ser expulso dos lugares que freqüentava e onde antes era bem recebido.Por fim, o verdadeiro Shrek acabou se tornando um lutador de vale tudo nos Estados Unidos. Onde lutou e por causa de sua doença, acabou se tornando recluso e morrendo aos 51 anos."

domingo, 1 de junho de 2008

Do-It-Yourself

Vagando pelo Vertigem, resolvi visitar algum dos parceiros dele, pois tava sem porra nenhuma pra fazer, e meu orgulho me impede de ir dormir imediatamente, o que seria o mais apropriado no momento.
O primeiro link que bati o olho -por sorte- foi o Falcatruas Online. Sem fazer idéia do que iria encontrar, criquei...
E olha só, achei um blog bem massa, onde são postadas regularmente intruções pra montar as mais diversas coisas forma caseira, que qualquer pessoa (na maioria das vezes) pode fazer com materias de fácil acesso (na maioria das vezes).
Além disso, o cara ainda posta algumas apostilas, como de massagem, artes marciais e até algo de culinária.
Só pra citar alguns mais legais/interessantes/do meu gosto, e para você ter uma idéia do que vai achar por lá: tem Narguile Caseiro, uma técnica de massagem japonesa (sim, eu curto isso, e daí?), Mini Ar-Condicionado USB, Guia de Recuperação de MP3 Players, Vidro de Açúcar (sempre quis fazer um desses gigante, só pra depois sair correndo e pular no meio dele), curso de como desenhar os Simpsons! (escrito pelo próprio Matt Groening), uma arminha de rolo de papel higiênico e bexiga que atira coisinhas pequenas e faz um estrago legal, e um guia pra malhar usando materiais domésticos (praquelas pessoas que esse ano foram morar com a vó e ela não para de comprar doces pra você, além de você estar numa cidade grande que você não conhece e só anda de ônibus, diferente de quando você morava naquele fim de mundo e só ia a pé de um canto pro outro - enfim - e tá ficando roliço).

Bom, fica aí a dica, visitem, vale a pena.

E agora posso ir dormir, com a sensação de dever cumprido. E tenho que ir logo, porque amanhã cedo fiquei de ir na feira com a minha vó...