Sim. Respirem fundo, tomem seus remédios para enjôo e apertem os sintos. Lá vamos nós com mais um daqueles post's que eu pago pau pro Morrison.
admita marvete, nimguém é mais legal que esses caras!
Primeiro, vamos tentar nos situar nesse cenário caótico que temos em mãos; Bruce Wayne está morto, ou deslocado no tempo, segundo as teorias mais otimistas (mas então de quem seria aquele corpo no bat-sarcófago?); Dick Grayson, o primeiro Robin, assumiu o manto do morcego, e o filho de Bruce, Damien é o novo Robin. A missão deles é por ordem em Gotham, que vem servindo de porto para todo tipo de criminosos esquisitos (sim, mais esquisitos que o normal).
Eu não sabia bem o que esperar quando comecei a ler a série, imaginava que depois de todos esses anos envolvido com os Sete Soldados, Batman RIP, Crise Final e o cacete, o Morrison ia tá um pouco cansado de roteiros intrincados e lisérgicos, e só quisesse escrever boas histórias sobre Batman e Robin chutando bundas. mas não é bem assim que as coisas acontecem.
esse cara dispensa apresentações, né ?
De fato, o primeiro arco é até simples, Batman Dick e Robin Damien acertando seus ponteiros e tendo seus quebra-paus, dinãmica óbvia de "dupla de dois". Personagens secundários como Sr. Sapo e Dr.Pyg, as dollotrons e o esquema por traz de todos eles, é que tornam as coisas misteriosas, e de certa forma desconfortáveis.
Da primeira edição até o fim do arco do Morrison no título (edição 16), eu fiquei me perguntando "Mas que caralhos está acontecendo aqui ?".
O jeito que toda a trama se desenvolve, considerando "a obra como um todo", é sinistro como, começar uma transa com sua namorada, e quando está quase acabando, descobrir que está fodendo o cadáver do seu pai. Foi o que senti ao menos. E não costumo pensar em foder o cadáver do meu pai. Ele nem morreu ainda.
visu novo e sidekick estranha pro Jason Todd!
Morrison criou uma pá de personagens novos pro universo do morcegão; Mesmo algumas figuras conhecidas foram reinterpretadas de forma interessante. O Jason Todd mesmo, que foi ressucitado sem muito motivo, e ficou orbitando o universo DC, sem se encaixar direito em nada, agora ganhou um papel decente e (espero) definitivo nas histórias.
Dos novos, meu favorito é o perturbado do Mr.Pyg, um gordinho complexado em ganhar aprovação de sua cruel mãe feita de unhas e arame farpado.
Mr. Pyg, sempre disposto a tornar o mundo mais bonito
Enfim, eu ainda estou sob a adrenalina da história, e sob efeito de café e de uma severa falta de sono (só pra variar), então não esperam nada muito organizado por aqui.
Posso dizer que a arte é bem flutuante, horas com o fodaço Frank Quitely; horas com o Philip Tan, que no meio de todos os painéis dinâmicos, acaba confundindo o leitor, além de simplesmente ter um traço feio; o traço do Andy Clarke é bacana, mas (por não conhecer muito do trabalho dele, talvez ?) parece que ele ficou "emulando" o Quitely, e isso não me agradou. Junto com esse pessoal, tem o Frazer Irving, que faz a máscara do Batman parecer um cosplay de 50 centavos, mas que faz umas firulagens muito legais com os ângulos e profundidades.
Enfim, enfim. O que me resta dizer é os mantras de sempre "Leiam esta merda", e "Obrigado Action Comics!".