quarta-feira, 30 de julho de 2008

Sobre Salgadinhos e a Sociedade


Hoje eu ganhei um pacote de Cheetos que vinha com um lança discos do Batman. Precisei insistir muito, mas minha mãe comprou pra mim.

E, comendo ele, me lembrei de uma série de coisas da minha infância. Sobre salgadinhos, obviamente.

A primeira lembrança que me veio à mente foi das vezes em que vinha, por engano, duas surpresas no mesmo salgadinho. Era foda!

Sabe nos filmes americanos, quando tem aquele cara super popular, porque é rico, bonito, forte, jogador de futebol americano, ou algo assim? Então, na minha escola tinha isso também, mas as super-estrelas eram aqueles abençoados que conseguiam duas surpresas no mesmo salgadinho!

Os chamados “Escolhidos” gozavam de grande reputação em todos os círculos sociais, pelo menos até surgir outro.

Ah, e algo interessante acontecia quando alguém conseguia duas surpresas no mesmo salgadinho mais de uma vez. Aí o assédio era descomunal. Todo mundo pedia pra tais Escolhidos abrirem os seus salgadinhos, na esperança de obter alguma benção, sorte, macumba, chamem como quiserem. E, é claro, eles sempre filavam um pouco do salgadinho de cada um no processo. Todo dia. De fato, os Escolhidos tinham a tendência de obter uma forma redonda com o tempo.

Coisa parecida acontecia na época que vinha nos salgadinhos, quem tem mais ou menos minha idade vai lembrar, uns cartõezinhos com uns quadradinhos cinzas pra raspar, que se você raspasse na ordem certa, formariam um caminho até um prêmio, que ia de um salgadinho grátis até uns milhares de reais. Nunca conheci ninguém que conseguiu tal dinheiro.

Eu e meus amigos passávamos horas tentando achar um jeito de burlar esse cartãozinho, pra conseguir raspar sempre o caminho certo, obtendo assim vários prêmios e, é claro, o prestígio tão almejado quando se tem 8 anos. Mas era foda, nunca conseguimos um jeito realmente efetivo.

Uma coisa que eu tinha muito raiva era quando eu queria trocar figurinhas, tazos, cartõezinhos ou seja lá o que fosse com alguém, e essa pessoas dizia que tinha que perguntar pra mãe antes, pra saber se podia trocar. Eu ficava muito puto, e hoje ainda fico quando lembro. Porra, os pais controlavam até isso! Imagino que as crianças que eram criadas desse jeito vão morar com os pais até os 40 anos de idade...

E quando acharem que tá na hora de mudar, e encontrarem uma casa decente, vão precisar pedir pro proprietário esperar, pra que ele possa perguntar pra mãe se ele pode memso comprar...

Pensando nisso tudo, vi como os salgadinhos eram importantes na minha época de infância no contexto social. Realmente, revolucionou uma geração.

domingo, 27 de julho de 2008

Nick Drake

100% das pessoas que ouvem Nick Drake morrem um dia.




Túmulo do próprio: uma das vítimas.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Zumbis!

Mais um daqueles quiz/quizes/quiz's/quizzizszs (sei lá como é o plural dessa porra) inúteis mas (levemente) divertidos!
Qual sua chance de sobreviver à uma infestação zumbi apocalíptica?


Mas não é muito confiável não, deu só 50% pra mim, eu tenho certeza que eu ia desossar geral e viver vários anos caso acontecesse de verdade... Eu sou osso duro de roer, pode crer... é...

50%

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segunda-feira, 7 de julho de 2008

D.N.A.

-Diz aqui no folheto – disse Arthur, sacando o papel do bolso e olhando novamente – que eu tenho direito a uma oração especial, criada especialmente pra mim e pras minhas necessidades específicas.

-Ah, ta – disse o velho – Vou lhe dar uma oração. Tem um lápis aí?

-Tenho – disse Arthur.

-É assim. Vamos lá: “Proteja-me de ficar sabendo daquilo que não preciso saber. Proteja-me até mesmo de ficar sabendo que existem coisas que não sei. Proteja-me de ficar sabendo que decidi não saber das coisas que decidi não saber. Amém”.

É isso. É o mesmo que você fica rezando em silêncio dentro de sua cabeça, então pode falar em voz alta que não muda nada.

-Hmmm – disse Arthur – Bem, obrigado...

-Tem uma outra oração que acompanha essa e é muito importante – continuou o velho. – É melhor anotar também.

-Certo.

-É assim: “Senhor, Senhor, Senhor...” É melhor acrescentar esta parte, por via das dúvidas. Prevenção nunca é demais: “Senhor, Senhor, Senhor. Proteja-me das conseqüências da oração interior. Amém.” Pronto. A maior parte dos problemas que as pessoas enfrentam na vida vem do fato de elas deixarem essa parte de fora.

-Você já ouviu falar de um lugar chamado Stavromula Beta? – perguntou Arthur.

-Não.

-Bom, obrigado pela ajuda - disse ele.

-Não tem de quê - disse o homem sobre o poste, e desapareceu.

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Esse trecho foi copiado caracter por caracter do livro que estou lendo atualmente: Praticamente Inofensiva, de Douglas Noel Adams.
Praticamente Inofensiva é o quinto livro da série Guia do Mochileiro das Galáxias, a trilogia de 4 livros e mais um extra escrita pelo grande humorista/filósofo/gênio britânico.
Coloquei o trecho aqui porque ele resume bem o "clima" de humor filosófico e non-sense da série. Fica aí como sugestão de leitura, que passa a ser obrigatória caso você curta esse estilo. Se você curte Monty Python, tá MUITO indicado, caso você por algum motivo ainda não tenha lido...
Douglas Adams é uma das minhas maiores (acho que a maior, pra falar a verdade) influências pra "escrever".




Eu normalmente não faço isso, mas hoje gostaria de pedir pra todo mundo que ler comentar esse post, se possível. Se curtiram o trecho, se já leram os livros, se prentedem ler, se torcem pro Internacional de Bebedouro, se imprimem desenhos mal feitos em preto e branco, se acham a nova lei seca legal, ou qualquer coisa assim.
Valeu!