Quem disse que eu sou original ? Pau no cu de quem não gostar, a partir de agora, quando minha imaginação assim permitir, vou postar uns top's sobre alguns assuntos escrotos, iguais ao de hoje, onde mais uma vez vou pagar pau pra um dos meus autores favoritos. A verdade é que eu ia falar sobre as dez maiores/mais bacanas cópias do Superman, mas aí fiquei numa preguiça fodida de ler alguma coisa sobre o Sentry, e descartei a idéia, por hora.
Dito isso, vamos ao que interessa hoje: as dez hitórias/conceitos/personagens que o Grant Morrison já criou, para o universo dos super-heróis... (os quadrinhos mais alternativos ficam pra próxima)
Liga da Justiça do século 83
10. DC Um MIlhão - Até antes de ler DC Um Milhão, eu considerava o "futuro distante" da Dc uma bela porcaria, nunca consegui engolir todas aquelas cores e viadagens da Legião de Super-Heróis e aquelas loucuras hippies oitentistas misturadas com raças alienígenas e uniformes criadas lá na Era de Prata. MAS, eis que surge DC Um Milhão, onde os nosso mais clássicos super-heróis encontram-se cara a cara com versões mega furisticas (mais precisamente, do século 83) de si mesmos. Não é o mais fantástico dos trabalhos do escocês careca, mas só o modo do cara lidar com elementos tão afastados de sua "zona de conforto" já mostra quão boa é capacidade de abstração dele (sei lá se deu pra entender essa frase). Se não estou enganado, é aqui que ele introduz alguns dos elementos mais interessantes que seriam mostrados com mais detalhes em Superman All Star, como a Tropa Superman, e o vião Solaris, o sol tirano.
Cassandra Nova... imaginem o Xavier, de TPM...
09. A Fase Nos X-Men - Esse foi um dos poucos trabalhos que o cara fez pra Marvel e serviu pra injetar um pouco de criatividade nos tão apagados X-Men. Como é de praxe o desgraçado entrou de sola e criou a vilã Cassandra Nova, a gêmea maligna que Xavier estragulou ainda no útero, e a viagem seguiu quando Cassandra revelou que ela e Xavier não são mutantes, eles são o próximo passo na cadeia evolutiva da raça. Foda também foi a nova caracterização, tanto dos X-Men (que usavam couro ao invés dos uniformes), quanto da escola, que tinha tipos bem bizarros perambulando pelos corredores (engraçado como os outros roteristas esqueceram do fato de que nem todo mutante é bonitinho como o Ciclope; caramba, um mutante nem precisa ter poderes úteis, ele só precisa ser estranho!!). No final da sua estadia no título, Morrison dá uma despirocada e viajam mil anos no futuro, para mostra como será o mundo naquela época... Muita gente não curtiu, pau no cu deles.
Prometeus, Nemesis de verdade.
08. Prometeus - Cara, a primeira vez que esse personagem apareceu, foi muito foda, ele foi uma das poucas coisas bacanas que o Morrison fez quando tava tocando o título da Liga da Justiça, lá pelos idos de 1997. Prometeus é uma espécie de "anti-Batman", um cara criado por um casal de psicopatas tipo Mickey e Mallory Knox (do Assassinos por Natureza), que viu sua família ser assassinada por policiais, e desde então dedicou sua vida a acabar com todas as instituições de lei e ordem, e nada representa melhor esse "sistema" que a LJA. O quebra-pau entre ele e a Liga é memorável, e no fim, não fosse pelo Batman, o tal Prometeus teria vencido a Liga toda. Além de uma origem legal e ser fodão, o uniforme do vilão é muito foda. Ponto pro Morrison, que cria coisas bacanas mesmo numa "má fase".
Super Young Team fazendo o que sabem de melhor: aparecer.
07. Heróis Fora do Eixo - Mesmo os "não iniciados" no mundo dos quadrinhos se questionam (e as vezes ME questionam): POR QUE TODOS SUPER-HERÓIS SÃO AMERICANOS ? E em geral, os que não são americanos, tem poderes "temáticos" (pra não dozer racistas e/ou clichês), como os russos Sovietes Supremos (porra, a Rússia nem vive mais em um regime comunista!! porque manter o nome "soviete" ??); o africano Fera B'wana (africano com poders animais); a brasileira Fogo e et caetera... Pois, Grant Morrison nunca gostou muito disso, e já na época da Patrulha do Destino, mostrava como criar um personagem que tinha a ver com o país onde atuava, sem soar de forma racista. Durante 52 surgiu o grupo "Dez Grandiosos", que protegiam a China de ameaças alienígenas e tomava uma postura rígida diante das "invasões" americanas (incursões de super-heróis e vilões) ao território do país. Outra criaão "fora do eixo" do autor, foi bizarra versão clubber/adolescente da LJA, os japoneses Super Young Team, liderados pelo incrívelmente foda Superbat. Eu não sei como é o cotidiano daqueles japinhas malucos que a gente vê no Globo Reporter ou nos vídeos pornôs (olha as minhas fontes de cultura, que foda), mas imagino que é bem como mostra o Morrison, um mundo meio niilista com poucos traços das tradições do país e com um nível de niilismo e consumismo estratosférico. Parafraseando Superbat: "ser legal já é um superpoder".
Se você tiver visão 3D, a revista faz mais sentido.
06. Bizarrices da Crise Final - Muita gente ficou cagando sangue, de tão revoltados que ficaram com o que o Morrison fez enquanto escrevia o megaevento "Crise Final". Houveram alguns "problemas" mesmo, como, o Batman morrendo duas vezes (e no final, não morrendo nenhuma) personagens que parecem estar em dois lugares diferentes ao mesmo tempo e outros "erros"... MAS a verdade (ou o que eu tomo como verdade) é que o cara sabe exatamente o que tá fazendo, ele já demonstrou saber usar muito bem esse tipo de coisa; contar uma história aos pedaços interligando-as quando a gente menos espera. Talvez eu esteja cego perante aos erros do desgraçado, por que sou uma putinha fanática (assumida) dele... Mas não adianta, in Morrison i'm trust. Uma coisa que até eu vi com maus olhos de início, foi o fato do Batman usar uma arma, para matar o Darkseid. "Porra, o Batman vez um voto de NUNCA usar armas, e de nunca matar, e de repente o cara manda tudo isso pro alto ?". Foi o que muita gente pensou, foi o que eu pensei, mas lendo a mini-série, vi como tudo fazia sentido, Batman nunca matou por que como ele mesmo dizia "sempre há outra alternativa", mas desta vez, bom, desta vez não tinha outra alternativa, ou ele botava a mão num berro e metia uma bala na testa do Darkseid, ou o mundo todo ia pra bosta. Não havia escolha dessa vez, achei isso muito interessante, só o Morrison pra ter culhões e sensibilidade de fazer o Batman matar alguém e isso ter sentido na história. De resto, como o Superman usando um exoesqueleto milenar pra combater Mandrakk o monitor vampiro; a revista em 4D e coisas do tipo... Acho que o pessoal estranhou só por que eram muitos conceitos novos arremessados de uma só vez. Crise Final é infinitamente superior a qualquer outra "grande saga" da DC (só excluindo a Crise Original), e com o tempo, as "pontas soltas" serão amarradas e a história vai ficar ainda mais interessante.
Além de mais sinistro, o Coringa tá mais alto...
05. Coringa - Com a popularização das adaptaões de quadrinhos para o cinema, começou a rolar uma PUTARIA, onde, editores paus no cu como o Joe Quesada e o Dan DiDio achavam que "aproximando" a versão dos quadrinhos com a versão cinematográfica do personagem, as vendas aumentariam e tudo seria belo. Claro, que isso vez muita merda com alguns personagens (o Aranha que o diga), mas, há sempre uma exceção à regra, e essa exceção foi o Coringa do Morrison. No arco Batman R.I.P, os leitores se deparam com um Coringa completamente psicótico (mesmo pro padrão dele), o palhaço do crime fica tão fora da casinha, que nem o Batman entende. Num dado momento, o Coringa corta a própria boca, ficando parecido pra caramba o Coringa do Heath Ledger; conclusão: óbviamente foi mais uma dessas manobras duvidosas de "aproximação" da realidade dos quadrinhos com a do cinema; com um único e importante diferencial, dessa vez a mudança tinha sentido na trama. Utilizando o conceito das múltiplas personalidades flutuantes do Coringa, que ele criou quando escreveu Asilo Arkham; assim sendo, se assumiu que uma das múltiplas personalidades do Coringa era tão, mas tão badass que consumiu todas outras, e no final sobrou só esse "Coringa do mal". Claro que não alimento a ilusão que os outros roteristas vão respeitar isso, mas, enquanto durar vai ser bacana.
04. Asilo Arkham - fazer uma história do Batman, qualquer um faz; Mas, fazer uma história desenhada pelo sempre hype Dave McKean, e que sirva como uma metáfora sobre as psicoses e neuras que todos guardamos em nossa mente ? Bom, aí o trampo é pro Morrison.. E, o do caralho é que qualquer um pode ler buscando qualquer um das interpretações, que vai se divertir muito com a revista. Cara, nem tem muito o que dizer, na boa, tá entre as grandes histórias do Batman, junto A Piada Mortal e Cavaleiro das Trevas.
Na capa, a Irmandade Dada.
02. Superman All Star - Eu vejo essa série como um soco na cara de quem diz que o Superman não é um personagem interessante, seja por ter poderes exagerados ou por sua ética "quadrada" Morrison usou elementos do personagem que estavam esquecidos há anos, trouxe de volta Dirk Armstrong (fanfarrão do Planeta Diário, que odeia o Clark); deu uma visão muito interessante ao conflito do Super, em contar o não pra Losi que ele também era Clark Kent; deu relevância e pôs Jimmy Olsen no status do qual ele jamais deveria ter saído: o de reporter teenage que só investiga bizarrices e se mete em tretas. Além do resgate dos conceitos clássicos, o autor ainda de uma bela inovada na origem do Bizarro, não tratou Lois como uma retardada prepotente, e enfodeceu a personalidade do Luthor também; além de utilizar conceitos que ele préviamente havia criado durante DC Um Milhão e o período que escreveu a LJA.
Homem-Animal e o próprio Grant Morrison, trocando uma idéia...
01. Homem Animal - Como já disse várias vezes, foi lendo o arco que o Morrison escreveu pro até então abobalhado Buddy Baker, que eu fui apresentado ao que havia de mais fantástico, e por que não dizer "transcendente" no mundo das histórias em quadrinhos; foi através dessa saga que eu realmente peguei o caminho (sem volta) para me tornar um fanboy. É tudo muito foda, , o Homem-Animal usa peiote no deserto, entra numa jornada pelo Limbo, e encontra vários personagens esquecidos (por isso estão lá), descobre que Deus é um macaco (que morreu), enxerga o rosto do leitor, e no final, no ápice da metalinguagem, tem um conversa reveladora com O PRÓPRIO Grant Morrison. Na minha humilde opinião, essa é uma obra, que, se não é mais importante, é ao menos muito mais criativa e interessante que Batman - Cavaleiro das trevas ou mesmo Watchmen.
A qualquer hora, pode aparecer outro Top... Mas pode ser que não... Ou, que sabe ?
A qualquer hora, pode aparecer outro Top... Mas pode ser que não... Ou, que sabe ?