domingo, 3 de fevereiro de 2008

Máscaras

A barra de ferro acertou a cabeça dela sem produzir nenhum barulho...na verdade talvez possa ter havido algum ruído sim....mas ele estava exitado de mais para ouvi-lo e ela, surpresa e desorientada de mais para compreender qualquer coisa...aquele momento, em que o metal lacerou a pele branca do belo crânio da mulher...foi como se nada mais existisse...apenas a glória do início da caça...e o medo cego. O medo vinha dos dois lados e escorria pra fora do corpo junto com o suor dele...o medo se grudava na calcinha dela.

Caiu com graça...malditas mulheres perfeitas que fazem tudo com leveza...nem dava pra acreditar que alguém assim cagava e mijava, igual a ele. Ele sim não era perfeito e nem gracioso, era feio e sujo, com a barba por fazer e tinha um nariz maior que média .O rosto dela tocou a calçada e a sola da bota do homem atingiu o estômago dela (ainda não queria estragar o rosto; tão bonito aquele rosto); ela gemeu, gemeu como um animalzinho pequeno e ferido...como foi bonito o gemido! Ele se abaixou e segurou os cabelos da nuca dela....um filete de sangue abria caminho entre os cabelos loiros, quase brancos. Puxou a cabeça dela pra traz, se tivesse assistido muitos filmes de terror, cortaria aquela bela garganta sem nem exitar. Mas não era isso que ele tinha em mente...quase teve uma ereção quando começou a sentir aqueles músculos dela....músculos fortes, se contorcendo em baixo dele, tentando se desvincilhar. Estava sentado sob as costas dela...ainda segurando os cabelos loiros, sentiu um toque suave e quente do sangue em sua mão. Largou-a finalmente se moveu-se para cima, em um pulo a mulher já se punha em pé, para fugir...ela era mais rápida do que parecia e quando saltou para frente o soco do homem não a alcançou ; mas felizmente ele avançou contra ela (o medo de que ela fugisse lhe maior, mais rápido e mais forte que qualquer um) e acertou um pontapé, um pouco abaixo da axila .Seria impossível que um golpe daqueles não trincasse ao menos duas ou três costelas.

Mais uma vez ela estava no chão (o ar parecia cacos de vidro em seus pulmões)...mais uma vez ele estava no controle (respirou fundo, o ar estava frio)...seria tedioso esperar ela levantar novamente. Mas era ótimo não ouvir súplicas ou gritos, riu consigo mesmo...sempre odiara essa face de seu hobby, os gritos e os pedidos de clemência, até gostava das que chingavam e tentavam lutar...mas eram aves raras de mais. Por repúdio ao barulho feito por elas, ele tomou uma decisão : só se divertiria com as mudas. Ela estava virando o rosto e então o encarou, não faria muita difrença, mas era sempre poético manter a dramaticidade...por isso pisoteou o peito dela por alguns minutos...só parou depois que os seios já estavam lacerados e com hematomas enormes, a carne estava estranhamente espalhada pela região...era por causa das diversas fraturas. Ele respirou fundo mais uma vez, para se recobrar do esforço...ela deus seus ultimo suspiro e manchou os lábios com o sangue que estava vomitando.

O rosto estava intacto...como era bonita a mudinha morta. A lamina se enterrou no pescoço dela e subiu pela lateral do maxilar, por de traz da orelha e pela nuca também, mas como essa era uma parte mais problemática, ele lacerou a pele com força, até chegar por de traz da outra orelha...delicada a orelha, redondinha .Ergueu a face solta...colocou sob a sua e sentiu o sangue e a pele ainda quentes...a esta altura quase todo a corpo dele (assim como a dela e tudo a volta deles) estava tingido de vermelho.

- Veja o meu rosto...agora eu também sou uma mulher perfeita...e até posso falar!!

Riu alto e jogou fora o brinquedo (caiu no chão fazendo um barulho muito agradável)...desceu a rua e acendeu um cigarro...agora deveria voltar aos seus diários...


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